quarta-feira, 8 de abril de 2009

Jogo Six days In Fallujah irrita veteranos de guerras ocorridas no Iraq

da Folha Online

Um jogo baseado em uma das mais sangrentas batalhas ocorridas no Iraque foi classificado como "grosseiro e insensível" por soldados veteranos que estiveram no conflito, na terça-feira (7).
"Six Days In Fallujah", criado pela gigante de games japonesa Konami, é descrito pela empresa como um "sobrevivente do horror". O título está disponível para os games Xbox 360 e PlayStation 3.

Divulgação
Uma das primeiras imagens divulgadas de "Six Days in Fallujah"; previsto para 2010, lançamento irrita veteranos

Segundo o jornal "The Telegraph", o game foi desenvolvido com a colaboração de veteranos da Marinha dos EUA --que emprestaram seus vídeos, fotos e diários aos designers. O jogo de ação tem lançamento previsto para o ano que vem.

Um alto coronel do Exército britânico e o pai de um soldado morto na batalha do Iraque teceram críticas ao jogo, e pediram que a sua comercialização seja proibida.


"Lançar um jogo sobre uma guerra que ainda está acontecendo é demais. E é uma resposta extremamente impertinente a um dos mais importantes eventos da história contemporânea", disse o coronel Tim Collins, do 1º Batalhão Real do Regimento Irlandês. "É particularmente insensível a o que aconteceu em Fallujah, e eu certamente vou me opor ao lançamento desse jogo."


Reg Keys, cujo filho Thomas foi morto em junho de 2003, endossa a fala do coronel. "Considerando a enorme perda de vidas na Guerra do Iraque, glorificar isso em um game demonstra pouco espírito crítico e mau gosto.


É particularmente grosseiro quando se considera o que aconteceu em Fallujah."
Keys afirma que os eventos devem ser limitados "aos anais da história", não trivializados e reproduzidos para "caçadores de emoções" brincarem sem qualquer tipo de limites.


"Vou solicitar que este jogo seja proibido. Caso não haja restrição mundial, ao menos no Reino Unido."


"Six Days In Fallujah" se inspira na segunda batalha de Fallujah, também conhecida como "Fúria Fantasma". Estima-se que 1.500 insurgentes foram mortos, além de 38 soldados das tropas norte-americanas.
John Choon, da Konami Digital Entertainment, defende o game. "Os soldados quiseram contar suas histórias completas para o jogo, porque cresceram jogando."


Em 2003, a Sony foi forçada a abandonar os planos de lançamento do game "Shock an Awe", também baseado na Guerra do Iraque, depois da reação negativa dada pela esfera pública. Mais tarde, a empresa admitiu que a ideia foi "mal avaliada".
Vinícius

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